São Paulo — A universitária de Direito Ana Paula Veloso Fernandes, 27 anos, investigada pela Polícia Civil de São Paulo como possível “serial killer”, confessou ter envenenado ao menos 14 cães com chumbinho. O depoimento foi gravado em 25 de agosto e divulgado nesta quinta-feira (16), pelo g1.
Em Guarulhos, onde o caso é apurado, o delegado Halisson Ideiao Leite questionou o motivo da escolha do veneno. “Porque eu já tinha em casa. Eu ia matar o cachorro que minha irmã tem”, respondeu a suspeita, que relatou ter comprado o produto no Rio de Janeiro.
Filhotes da irmã e cães do ex-marido
A investigação aponta que dez dos animais mortos eram filhotes pertencentes à irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes. Os outros quatro cães viviam com o ex-marido de Ana Paula, no Rio de Janeiro. Segundo o homem, identificado apenas por decisão judicial, os cães – Thor, Eros, Atena e Kiara – morreram apresentando sinais de envenenamento enquanto ele trabalhava fora de casa.
Casados por seis meses, o casal se divorciou há dois anos, após a estudante destruir a residência com uma marreta e, segundo o ex-companheiro, passar a ameaçá-lo.
Veneno agrícola apreendido
Durante busca e apreensão na casa de Ana Paula, a Polícia Civil recolheu o inseticida terbufós, usado na agricultura. A perícia investiga se a substância foi aplicada nos animais e se também teria sido usada em alimentos ou bebidas oferecidos a pessoas que morreram em circunstâncias suspeitas.
Três cães adultos — Luna, Selena e Bob — foram resgatados na residência e levados para um abrigo da Prefeitura de Guarulhos, onde aguardam adoção.
Imagem: Reprodução
Outras mortes em apuração
A universitária e a irmã são investigadas pelas mortes de Marcelo Hari Fonseca, Neil Corrêa da Silva, Maria Aparecida Rodrigues e Hayder Mhazres. Ana Paula está presa desde julho; Roberta, desde agosto. Michele Corrêa da Silva, filha de Neil, foi detida em 7 de outubro por suspeita de envolvimento no assassinato do pai.
Caso seja comprovado o envenenamento dos animais, os responsáveis poderão responder por crime de maus-tratos, previsto na Lei de Crimes Ambientais.
Com informações de Hugo Gloss


