Jhordana Dias, 26 anos, relatou ter sido vítima de uma tentativa de estupro dentro de um trem da linha C da rede RER, na região metropolitana de Paris, no dia 16 de outubro. A brasileira, que se mudou recentemente para a França, contou que foi agredida por um homem enquanto viajava sozinha entre as estações Choisy-le-Roi e Villeneuve-le-Roi.
Agressão dentro do vagão
Segundo Jhordana, o suspeito já havia deixado o trem em uma parada anterior, mas voltou ao perceber que o vagão estava vazio. “Quando vi ele entrando, do jeito que me olhou, senti que seria atacada”, disse. O homem sentou ao lado dela, impediu sua saída, puxou sua calça, tentou beijá-la à força e mordeu sua boca. A vítima também relatou arranhões no rosto, um tapa no ouvido e tentativa de estrangulamento, além de toques em partes íntimas.
Durante a agressão, Jhordana gritou por ajuda. Os clamores foram ouvidos por Marguerite, passageira que estava em outro vagão. Ela correu para o local, confrontou o agressor e conseguiu filmar seu rosto. A distração permitiu que a brasileira empurrasse o homem e fugisse do vagão.
Fuga e primeiros socorros
Após escapar, Jhordana fez uma chamada de vídeo para o irmão, Cícero Gomes, que viu o rosto dela ensanguentado. Marguerite acionou seguranças e a polícia na estação seguinte, mas o suspeito já havia saído do local.
Registro da ocorrência
A vítima e o irmão passaram o dia na delegacia para registrar a queixa. DNA foi coletado do rosto de Jhordana, ferimentos foram fotografados e o casaco usado na hora do ataque foi apreendido. O exame de corpo de delito foi marcado para 29 de outubro, mas, temendo que os hematomas desaparecessem, a família procurou um médico particular, que emitiu laudo descrevendo mordida, arranhões e hematomas no pescoço.
Cícero criticou a demora no atendimento policial e afirmou ter sentido falta de empenho dos agentes, que justificaram o adiamento do exame pela ausência de tradutor oficial.
Imagem: Divulgação
Repercussão e pedidos de justiça
Imagens da agressão e do suspeito foram divulgadas pelo jornal francês Le Parisien, aumentando a repercussão do caso. O grupo feminista Osez Le Féminisme declarou que situações semelhantes são mais frequentes do que se imagina na França e cobrou políticas públicas eficazes para a segurança das mulheres.
Jhordana agradeceu o apoio recebido e afirmou que quer ver o agressor identificado. “As marcas no corpo sumiram, mas o trauma fica. O que mais quero agora é justiça”, concluiu.
Com informações de Hugo Gloss


