Mãe relata sofrimento de jovem que morreu de câncer após seis anos presa injustamente no RS

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Porto Alegre (RS) – Claudete Kremer Sott descreveu, em entrevista à Rádio Gaúcha, os últimos meses de vida da filha, Damaris Vitória Kremer da Rosa, que passou seis anos presa preventivamente e morreu pouco mais de dois meses depois de ser absolvida pelo Tribunal do Júri, em agosto de 2025.

Prisão e acusação

Damaris foi detida em agosto de 2019, suspeita de envolvimento no homicídio de Daniel Gomes Soveral, ocorrido em novembro de 2018, em Salto do Jacuí (RS). O Ministério Público afirmava que a jovem teria atraído a vítima ao local do crime. Durante o período de custódia, ela foi transferida por unidades de Sobradinho, Lajeado, Santa Maria e Rio Pardo.

Condições denunciadas

A mãe relatou condições consideradas insalubres no presídio de Rio Pardo. “É uma antiga senzala onde baratas passam por cima das camas e dos alimentos. Quando chove, as visitas ficam na chuva”, afirmou.

Dores sem atendimento

Segundo Claudete, Damaris sentiu fortes dores por meses dentro da prisão. Outras detentas dividiam medicamentos simples para tentar aliviar o sofrimento. “Ela gritava de dor e não lhe davam nem um paracetamol”, disse a mãe.

Diagnóstico tardio

Em março de 2025, após ser levada a um posto de saúde, o médico constatou sangramento intenso e determinou remoção imediata ao hospital. Exames revelaram câncer de colo de útero em estágio avançado, com metástase.

Prisão domiciliar com tornozeleira

No dia 18 de março de 2025, a Justiça converteu a preventiva em prisão domiciliar. Mesmo durante sessões diárias de quimioterapia e radioterapia, Damaris foi mantida sob monitoramento eletrônico. A advogada Rebeca Canabarro pediu a retirada do equipamento várias vezes, alegando necessidade médica, mas os pedidos foram negados.

Pedidos de liberdade

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul informou que analisou três solicitações de soltura:

  • 2023 – negada em primeira instância, TJRS e STJ;
  • novembro de 2024 – recusada por apresentar apenas receituários, sem exames;
  • março de 2025 – aceita após comprovação do câncer, resultando em prisão domiciliar.

Absolvição e morte

Em agosto de 2025, o Tribunal do Júri absolveu Damaris. Pouco mais de dois meses depois, ela não resistiu às complicações do câncer. “Ela abriu os olhos, olhou para mim e suspirou aliviada. Eu disse: ‘Vai com Jesus’”, recordou Claudete.

Mesmo debilitada, Damaris planejava cursar Biomedicina. “Ela me dizia que queria recuperar o tempo perdido”, contou a mãe.

Com informações de Hugo Gloss

Jefferson Lima
Jefferson Lima
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