Uma varredura de rotina na praia de Wharton, na Austrália Ocidental, resultou na descoberta de duas cartas escritas por soldados australianos durante a Primeira Guerra Mundial. O achado foi feito por Debra Brown e sua filha enquanto participavam de uma ação de limpeza no litoral.
Os bilhetes, datados de 15 de agosto de 1916, estavam selados dentro de uma garrafa. Um deles foi escrito por Malcolm Alexander Neville a bordo do navio Ballarat, a caminho do front. No texto, o militar relatou o bom humor da tripulação e comentou sobre a qualidade das refeições a bordo, antes de se despedir carinhosamente da mãe. Neville morreria em combate na França aos 28 anos.
A segunda carta, assinada por William Kirk Harley, era dirigida a quem encontrasse a garrafa no futuro. Ele mencionou que o navio navegava por uma baía, sem especificar a localização.
Comovida, Debra Brown decidiu procurar descendentes dos autores. Através de pesquisas na internet, localizou Herbie Neville, sobrinho-neto de Malcolm, que descreveu o tio-avô como “forte e determinado” e informou que a viúva do soldado, hoje com 101 anos, ainda preserva lembranças do marido. Já Ann Turner, neta de Harley, classificou o achado como “um verdadeiro milagre” e contou que cinco netos do combatente continuam vivos.
Segundo o professor de oceanografia costeira Charitha Pattiaratchi, da Universidade da Austrália Ocidental, a garrafa provavelmente flutuou por algumas semanas antes de chegar à praia, onde ficou soterrada por aproximadamente um século. “Levaria cerca de um mês para alcançar Wharton; depois disso, ficou enterrada na areia”, explicou.
Imagem: Reprodução
Após o reencontro com os familiares, as cartas foram entregues às duas famílias e devem integrar futuramente o acervo de museus locais.
Com informações de Hugo Gloss


