O príncipe Andrew comunicou que não usará mais nenhum de seus títulos ou honrarias. O anúncio foi divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Palácio de Buckingham, em meio às acusações de agressão sexual apresentadas por Virginia Giuffre e à repercussão de seus laços com o finado empresário Jeffrey Epstein.
No texto, o duque de York afirma ter tomado a decisão para evitar que as suspeitas sobre seu passado ofusquem o trabalho do rei Charles III e dos demais integrantes da família real britânica. “Em conversa com o Rei e com minha família, concluímos que as acusações contínuas sobre mim desviam a atenção do trabalho de Sua Majestade e da Família Real. Decidi, como sempre fiz, colocar meu dever com minha família e meu país em primeiro lugar”, declarou.
Andrew acrescentou que deixará de utilizar qualquer tratamento de Alteza Real ou condecoração, reforçando que “nega veementemente” as acusações. Em 2019, ele já havia se afastado da vida pública pelo mesmo motivo.
Processo e acordo financeiro
Em 2021, Virginia Giuffre ingressou com uma ação na Justiça federal de Nova York afirmando que o príncipe a agrediu sexualmente quando ela tinha 17 anos, dentro da rede de tráfico sexual mantida por Epstein e sua sócia, Ghislaine Maxwell. A acusação alega que a jovem foi traficada especificamente para Andrew.
Embora negue envolvimento, o integrante da realeza selou um acordo extrajudicial em 2022, pagando a Giuffre cerca de US$ 12 milhões (aproximadamente R$ 63 milhões). O caso foi arquivado após o acerto financeiro.
Relatos da família de Giuffre
Em entrevista ao programa “Piers Morgan Uncensored”, Sky Roberts, pai de Virginia, disse não acreditar que a filha tenha tirado a própria vida e afirmou suspeitar de terceiros. Ele também reiterou confiança total nas denúncias feitas contra Epstein, Maxwell e Andrew, declarando: “Acreditei em tudo o que ela disse. Era minha filha”.
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Documentos escritos por Giuffre antes de morrer, segundo o relato, convocavam familiares de vítimas a se unirem “na luta pelo futuro das vítimas”.
Ligação com Epstein
Jeffrey Epstein, morto em 2019 enquanto aguardava julgamento por exploração sexual, manteve amizade próxima com o filho da rainha Elizabeth II. Em abril de 2021, Andrew recusou uma oferta estimada em US$ 7 milhões para conceder entrevista e submeter-se a um teste de polígrafo sobre essa relação.
Com a abdicação formal de hoje, o príncipe reforça o afastamento iniciado cinco anos atrás. O Palácio de Buckingham não informou se haverá novas atribuições oficiais para o duque de York no futuro.
Com informações de Hugo Gloss


